Shutdown

A grande discussão do dia foi novamente a movimentação dos políticos em Washington para evitar a chamada “paralisação do governo”, uma grande piada, na minha opinião, e uma grande oportunidade de mostrar ao mundo o que os governos realmente fazem: atrapalham a economia.

Em primeiro lugar, o governo não está totalmente paralisado. Os serviços de transporte aéreo, cortes federais, militares, bombeiros, polícia e vários outros, ditos essenciais, estão na ativa.

As pessoas conseguem ir aos supermercados, comprar comida, encher o tanque dos carros, viajar. Os serviços privados ainda (e apesar do governo) estão funcionando – e, provavelmente, melhores, sem a intervenção estatal, aquele peso morto que todos os que produzem são obrigados a carregar.

Os serviços que estão paralisados são os chamados não-essenciais. O que nos leva a pergunta mais óbvia possível: por quê o governo está se intrometendo em serviços que não são essenciais, em primeiro lugar? Certamente está gastando mais, ajudando um pequeno grupo às custas de todo o resto.

Imagina como estaríamos hoje se os serviços estatais existissem há mais tempo: não haveriam os descobrimentos, afinal, como uma nau pode viajar por 3 meses direto sem oferecer as condições mínimas para os marujos? Sem falar nos sindicatos, que requereriam jornadas de trabalho de somente 4h/dia, férias remuneradas, adicional de periculosidade, enfim, uma infinidade de “direitos” que impossibilitariam cruzar até mesmo o Tejo.

Newton iria processar o dono da fazenda onde estava quando caiu a tal maçã em sua cabeça, porque a área deveria ter sido isolada ou porque não houve colheita em tempo hábil, enfim, uma miríade de leis e “direitos” criados por uma classe que se aproveita da criação de regulamentações para se manter no poder.

Não vamos nem mencionar leis inteligentíssimas e de suma importância, como as que existem em várias cidades brasileiras que proíbem o saleiro na mesa dos restaurantes, ou placas de aviso na porta dos elevadores solicitando aos usuários que certifiquem-se de que os mesmos estão parados no andar antes de entrarem. Há ainda vereadores que querem que os habitantes de sua cidade adotem um cão de rua, outros que querem banir a música “atirei o pau no gato” ou até mesmo o uso de nomes de pessoas para animais, além de várias outras leis que servem mais para denotar o QI das pessoas que as criam do que sua própria utilidade.

Mas divagamos. Voltando aos EUA e a tão famosa paralização do governo, temos um ponto importante a mencionar: a última vez que o governo teve uma paralização como essa foi em outubro de 2013, durante o governo Obama, quando a economia mostrou seu melhor desempenho em vários anos.

E quando os serviços não essenciais da economia pararam não uma, mas duas vezes, em 1995, o PIB norte-americano cresceu 7,2% no trimestre seguinte.

Isso nos mostra o quão saudável é a economia, uma vez que tiramos o governo e sua péssima alocação de capital do caminho. As pessoas estão torcendo para uma rápida resolução da “crise”, mas elas realmente não sabem o que estão pedindo. O melhor para todos seria que os políticos continuassem debatendo e mantivessem os serviços não-essenciais parados, para que esses dessem espaço aos que produzem e fazem o mundo crescer. Infelizmente, soubemos há pouco que uma resolução foi encontrada e tudo voltará ao normal – ou seja, mais dívida, mais gastos, menos accountability (responsabilização).

Esperamos que essa mini-paralização dos serviços não-essenciais sirva pelo menos para mostrar o que os governos inchados realmente fazem: se intrometem em produtos e serviços privados, aumentando as barreiras para empreendedores, dificultando a vida dos trabalhadores, aumentando os custos para os consumidores e atrasando o desenvolvimento da sociedade, seja nos EUA, no Brasil ou em qualquer parte do mundo.

Comentários

Deixe seu comentário

Todos os campos são obrigatórios
Pesquisar
Publicações Recentes

Contato

Brasil
Vila da Serra, Nova Lima - MG
CEP: 34.006-053
Austrália
North Sydney, NSW
Tratamento de dados - DPO
Bruna Massud
dpo@l2capital.com.br
Ao enviar seus dados, você declara estar de acordo com os Termos de Política de Privacidade

Dev by

É recomendada ao investidor a leitura cuidadosa do prospecto e do regulamento ao aplicar os seus recursos. A L2 Capital Partners não comercializa cotas de fundos e/ou clubes de investimento ou qualquer ativo financeiro. Conheça nossa Política de Voto.