Na última quarta-feira, soubemos que a Pemex estendeu o afretamento da plataforma jackup Uxpanapa, de 400 pés, da Perforadora Central, até dezembro de 2026, segundo dados da Petrodata. A plataforma retomou as operações para a estatal mexicana no início deste ano, após uma suspensão que teria começado no final de dezembro de 2024. A Uxpanapa está contratada pela Pemex desde meados de 2019, atuando em importantes projetos de águas rasas na Baía de Campeche.
A Baía de Campeche continua sendo um ponto estratégico para operações de jackups no México, oferecendo condições de águas rasas ideais para esse tipo de equipamento. Apesar das restrições orçamentárias e dos desafios operacionais, a Pemex mantém presença constante na região, onde campos maduros e projetos de redesenvolvimento ainda oferecem significativo potencial de produção.
Com mais de uma dúzia de campos em diferentes estágios de desenvolvimento, a área apresenta demanda consistente por jackups de alta especificação, especialmente aquelas classificadas para lâminas d’água de até 400 pés. Enquanto a Pemex equilibra o controle de custos com a necessidade de estabilizar a produção, espera-se que a Baía de Campeche continue sendo um foco central para a atividade de perfuração, proporcionando oportunidades contínuas para operadoras locais de plataformas.
Enquanto isso, a CP Latina estaria em negociações com a Pemex para estender o afretamento de sua jackup La Covadonga, também de 400 pés. A CP Latina, formalmente conhecida como Constructora y Perforadora LATINA, é uma perfuradora mexicana com operações onshore e offshore. A plataforma deve encerrar seu contrato no próximo mês, após uma extensão de curto prazo acordada em março. Embora a duração de um possível novo contrato ainda seja incerta, vale destacar que a sonda La Santa Maria recebeu uma extensão de nove meses no início deste ano, o que pode servir de referência.
Esses desdobramentos refletem a estratégia da Pemex de assegurar capacidade doméstica de jackups em um mercado regional mais restrito e sob pressões orçamentárias. Embora a estatal venha recorrendo cada vez mais a extensões de curto prazo, a renovação da Uxpanapa sinaliza a disposição da Pemex em assegurar determinados ativos por períodos mais longos quando a continuidade operacional é prioridade.
Com a disponibilidade de plataformas se tornando mais limitada em toda a América Latina, contratadas com relacionamentos estabelecidos e ativos já posicionados no país continuam bem posicionadas para garantir trabalhos subsequentes. O mercado estará atento às negociações envolvendo a La Covadonga nas próximas semanas. E não podemos esquecer da Borr.
À medida que a Pemex continua navegando entre uma combinação complexa de metas de produção, restrições fiscais e dinâmicas do mercado de plataformas, sua estratégia de contratação parece estar evoluindo, equilibrando flexibilidade de curto prazo com compromissos seletivos de longo prazo.
Isso cria tanto desafios quanto oportunidades para as perfuradoras que atuam no México. Embora players locais como Perforadora Central e CP Latina estejam no centro das atenções, empresas internacionais como a Borr Drilling — que já possui presença na região — também podem se beneficiar caso a Pemex busque diversificar sua base de fornecedores ou garantir capacidade adicional.
Com vários contratos de plataformas jackups programados para expirar nos próximos trimestres, a Baía de Campeche continuará sendo um cenário de grande interesse para a atividade offshore e para o ritmo de contratações.
