Relatório de Emprego

Mais um relatório de emprego nos EUA foi divulgado na última sexta-feira (sexta-feira da Paixão), um feriado cristão. Normalmente, o BLS não divulga números nos feriados, mas esse “teve” que ser publicado, na esperança de que poucas pessoas o veriam.

Os números referentes a março foram péssimos, indicando a criação de somente 126mil empregos, contra uma expectativa média de 248 mil, sendo a expectativa mais baixa de 200 mil. Ou seja, foi um relatório bem fraco (como esperado por nós, mas uma grande surpresa para o mercado).

Aproveitando a ocasião, o BLS também revisou os números para os relatórios de emprego anteriores e diminuíram o número de empregos criados em 69mil. De acordo com eles, em Janeiro foram criados 201mil empregos, em vez dos então 239mil, e em fevereiro foram apenas 264 mil, ante os 295mil anteriormente divulgados. Consertou-se, assim, um erro grande, que já vínhamos apontando há tempos (ver posts em 9/1/15, 15/1/15, 6/3/15 e 12/3/15), quando dissemos que os números apontados pelo BLS estavam, no mínimo, errados.

Para ficar ainda mais interessante, a participação dos americanos no mercado de trabalho atingiu um recorde só visto em 1978, com mais de 93 milhões de americanos fora do mercado de trabalho.

Esse foi um balde de água fria para aqueles que esperavam que o FED fosse subir os juros já no meio do ano. No seu último pronunciamento, Janet Yellen, presidente do FED, deixou bem claro que estava de olho no mercado de trabalho e que a alta dos juros seria dependente desse indicador.

Como falamos, não há melhora alguma na economia dos EUA e a falta de QE vai deixar isso ainda mais visível.

Não precisamos nem discutir a qualidade dos empregos gerados – como sempre, muitos de meio-horário e de baixo valor agregado.

Vale ressaltar que os empregos de meio-horário, responsáveis por grande parte da criação dos empregos nos últimos meses, funcionam bem no mercado em alta (quando 2 funcionários de meio-horário são contratados no lugar de um
funcionário de horário integral), mas são uma âncora no mercado em baixa, com efeito oposto. Assim como muitas empresas demitiram funcionários que trabalhavam horário integral e contrataram novos funcionários trabalhando
meio-horário, quando elas começarem a demitir, o número de demissões será assustador.

Acreditamos que o dólar americano vai se enfraquecer. Ele ganhou força nos últimos meses com a expectativa do mercado de uma iminente alta na taxa de juros americana. Como sabemos agora, tal alta não virá tão cedo…

Mais uma vez, uma exposição aos metais preciosos funciona como um excelente hedge contra um dólar fraco.

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